segunda-feira, 27 de julho de 2015

Dólar fecha em alta nesta sexta e atinge o maior valor desde 2003


O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (24), após ultrapassar a barreira dos R$ 3,35, ainda refletindo preocupações com os riscos ao grau de investimento brasileiro.


A moeda norte-americana, pressionada por preocupações com as condições fiscais do Brasil, subiu 1,55%, cotada a R$ 3,3470 na venda. Veja a cotação.

Este é o maior patamar de fechamento desde 31 de março de 2003, quando ficou em R$ 3,355. Na máxima do dia, a divisa chegou a R$ 3,3578.
Na semana, o dólar subiu 4,79%. No mês e no ano, há alta acumulada de 7,66% e 25,89%, respectivamente.
O governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para R$ 8,747 bilhões, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB), previstos até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até R$ 26,4 bilhões que, no limite, pode até gerar novo déficit primário.
As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2% do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.

"A decepção do mercado é palpável. A sensação é de que o governo está fazendo menos esforço do que devia", disseà Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
"A drástica redução da meta para 2015, assim como o ajuste extremamente gradual esperado para os próximos anos, sublinha o esperado rebaixamento pela Moody's e pode também desencadear revisões por outras agências e a perda do grau de investimento", escreveram analistas do banco Brasil Plural em nota a clientes.
Dólar em 2015
Veja o valor de fechamento em R$
2,65872,68942,8563,19093,01313,18733,10893,347cotação em R$30/12/1430/01/1527/02/1531/03/1530/04/1529/05/1530/06/1524/07/152,62,833,23,4
Gráfico elaborado em 24/07/2015
Em entrevista à Reuters nesta sexta-feira, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que as novas metas de primário são mais realistas e suficientes para estabilizar a dívida pública do país.
Interferência do Branco Central
Nesse quadro, investidores aguardavam também novas pistas sobre como o Banco Central se posicionará em relação a suas intervenções no câmbio, levando em conta que o fortalecimento do dólar tende a aumentar a inflação já elevada.
O BC deu continuidade nesta sexta ao seu programa de interferência no câmbio e vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, já rolou o equivalente a US$ 5,098 bilhões, ou cerca de 48% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
Operadores esperavam com ansiedade o anúncio da rolagem dos contratos que vencem em setembro e correspondem a US$ 10,027 bilhões. Se o BC sinalizar que deve continuar rolando cerca de 70% dos contratos, como fez no mês passado, a tendência é que o dólar não volte a patamares mais baixos.
"Seria um sinal de que o BC está confortável com o dólar nesses níveis", explicou à Reuters o operador de um importante banco internacional.

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